sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Senhor, a quem iremos?

           A coerência de ir embora e deixar Jesus...


Meu caro Leitor, veja só estas palavras do Santo Padre Bento XVI no Angelus do Domingo , dia 26. Medite sobre elas; são tremendas! Ao final, farei alguns comentários...
Nas semanas anteriores meditamos sobre o discurso a respeito do “pão da vida”, que Jesus pronunciou na sinagoga de Cafarnaum depois de ter alimentado milhares de pessoas com cinco pães e dois peixes.
Hoje o Evangelho apresenta a reação dos discípulos àquele discurso; uma reação que foi o próprio Cristo que, conscientemente, provocou. Primeiramente, o evangelista João – que estava presente com os outros Apóstolos – narra que “a partir daquele momento muitos dos Seus discípulos voltaram atrás e não mais andavam com Ele” (Jo 6,66). Por quê? Porque não creram nas palavras de Jesus, que dizia: Eu sou o pão vivo descido do céu; quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue viverá eternamente (cf. Jo 6,51.54).
Vendo que muitos dos Seus discípulos partiam, Jesus voltou-Se para os Apóstolos dizendo: “Quereis vós também ir embora?” (Jo 6,67). Como em outras ocasiões é Pedro quem responde em nome dos Doze: “Senhor, a quem iremos?” – Também nós podemos refletir: a quem iremos? – “Tu tens palavras de vida eterna e nós cremos e conhecemos que Tu és o Santo de Deus” (Jo 6,68-69). A respeito desta passagem, temos um belíssimo comentário de Santo Agostinho (...): “Vedes como Pedro, por graça de Deus, por inspiração do Espírito Santo, compreendeu? Por que compreendeu? Porque acreditou. Tu tens palavras de vida eterna. Tu nos dás a vida eterna oferecendo-nos o Teu corpo (ressuscitado) e o Teu sangue, (Tu mesmo). E nós acreditamos e conhecemos. Não diz: conhecemos e, depois, acreditamos, mas, acreditamos e, depois, conhecemos. Cremos para poder conhecer. Com efeito, se tivéssemos querido conhecer antes de crer, não seríamos capazes nem de conhecer nem de crer. Em que acreditamos e o que conhecemos? Que Tu és o Cristo, Filho de Deus, isto é, que Tu és a própria vida eterna e na carne e no sangue nos dás aquilo que Tu mesmo és”. Assim disse Santo Agostinho numa homilia aos seus crentes.
Finalmente, Jesus sabia que também entre os Apóstolos havia um que não acreditava: Judas. Também Judas poderia ir embora, como fizeram os muitos discípulos; antes: talvez devesse mesmo ir embora, se fosse honesto. Ao invés, permaneceu com Jesus. Permaneceu não por fé, não por amor, mas com o secreto propósito de vingar-se do Mestre. E por quê? Porque Judas sentia-se traído por Jesus, e decidiu, por sua vez, traí-Lo. Judas era um zelote e queria um Messias vencedor, que guiasse uma revolta contra os romanos. Jesus havia desiludido estas expectativas. O problema é que Judas não foi embora, e a sua culpa mais grave foi a falsidade, que é o sinal do diabo. Por isso Jesus disse aos Doze: “Um de vós é um diabo!” (Jo 6,70)...
Observação minha: Dom Henrique soares da Costa, bispo auxiliar de Aracaju
Bento XVI é sempre encantador e, por vezes, genial, nos seus comentários à Palavra de Deus. Aqui, particularmente, o Santo Padre foi genial, comovente, dramático! Seu comentário é tão para nossos dias...
Primeiro, o drama da descrença. Por que muitos discípulos renegaram o Senhor, abandonaram-No? Porque Suas palavras não cabiam na lógica deles. E eles quiseram primeiro compreender, saber, engaiolar o Senhor nas suas próprias medidas e, somente depois, acreditar! Mas, assim, destrói-se a dinâmica da fé: crer não é compreender tudo; crer exige o abandono, o salto nos braços do Senhor! Não é este o drama do ateísmo – teórico ou prático – dos tempos atuais? O homem quer impor a Deus a sua lógica, deseja medir Deus pela sua medida! Mas, um deus assim, mensurável, domesticável, não passa de um ídolo patético! Por isso e firme exortação de Santo Agostinho: crer para compreender e não compreender para crer! Certamente, a fé deve buscar a compreensão, mas sabendo que se busca compreender precisamente porque antes se acreditou. Mais ainda: mesmo se compreendendo, restará sempre, no âmbito da fé, a penumbra, aquela dimensão misteriosa, que não nega nem humilha a razão, mas a ultrapassa de longe. O Mistério sempre nos ultrapassará, sempre nos escapará, sempre nos surpreenderá, sempre nos convidará ao salto, ao abandono nas suas mãos benditas e sagradas!
Impressiona também a análise sobre a atitude de Judas! Que intuição, essa do Papa! Que lucidez! O Senhor não faz descontos, não amansa o discurso, não esconde a exigência! O discípulo deve pegar ou largar! Na Igreja há somente um Mestre, um Senhor: Ele, o Cristo de Deus! E o Papa surpreende: agiram mais acertadamente aqueles discípulos que deixaram o Mestre, que O renegaram, escandalizados com Suas exigências, que Judas, que, sem mais crer, permaneceu! Se olharmos bem, o Papa está convidando aqueles que não mais acreditam de verdade, não mais aderem ao ensinamento do Senhor pela boca de Sua Igreja única e católica, a ter a coragem de ir embora. A falsidade cômoda e hipócrita é diabólica, é destrutiva, causa divisão. Compreende, meu Leitor? Esse Papa é tremendo: mansinho, mansinho, repete o desafio de Jesus: olha-nos nos olhos e, sem se preocupar com números, sucesso ou incompreensões, está nos dizendo que, ou se é católico sinceramente, de corpo inteiro, ou não se deve sê-lo! Convida-nos à coerência, à coragem de assumir realmente as consequências de nossa escolha de crer ou não crer!
Deus nos ajude! Deus dê longa vida ao Santo Padre Bento XVI!

    
Cristo, dai-me um coração sincero, manso e humilde... Luciene maria
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